A inadimplência voltou a crescer e atingiu um nível recorde em março deste ano, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Serviço de Proteção ao Crédito. Os mais endividados são aqueles que têm entre 30 e 39 anos. Mais de 16 milhões estão nessa situação. Quase a metade da população dessa faixa etária.

As maiores dívidas são, em primeiro lugar, com bancos (32,08%). E depois, concessionárias de água e energia (15,79%). A combinação de juros altos e renda em queda dificulta o pagamento das dívidas. A diarista Rosilanda Ribeiro trabalha de segunda a sábado com faxina. Tudo para conseguir acabar com as dívidas. Ela está na mesma situação que outros 66 milhões de brasileiros.

“Eu não consegui quitar ainda a minha casa e também não consegui quitar o empréstimo no banco que eu fiz. Então as minhas dívidas estão só acumulando e a minha casa precisa hoje de uma reforma”, conta Rosilanda

É uma situação espalhada pelo país, que atinge 48,94% dos homens e 51,06% das mulheres. Quatro em cada dez brasileiros adultos estavam inadimplentes em março de 2023. Um aumento de 8% em relação ao mesmo mês em 2022. Em média, as dívidas chegam a quase R$ 4 mil por pessoa.

A combinação de juros altos e renda em queda, dificulta o pagamento das dívidas. Merula Borges especialista em finanças da CNDL diz que uma boa medida para quitar as dívidas é juntar um montante para negociar, com taxas melhores ou descontos.

“A gente também notou que também tem uma questão de educação financeira mesmo, já que 54% dos entrevistados, que a gente fez nessa pesquisa de inadimplência, apontou que compra por impulso, sem saber se vai conseguir pagar ou não essa dívida que está fazendo”, alertou Merula.