14/02/2024 ás 14:05:13
Dólar opera em alta e Ibovespa cai, com ajustes na volta do carnaval
Na última sexta, a moeda norte-americana caiu 0,68%, cotada a R$ 4,9608. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou com uma queda de 0,15%, aos 128.026
Economia
Foto por: Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik

O dólar opera em alta nesta Quarta-feira de Cinzas (14), em um dia de volume de negócios reduzidos e sem dados econômicos repercutindo no Brasil, por conta da volta do Carnaval. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, cai.

O que pesa sobre os mercados é um dado de inflação divulgado ontem nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em janeiro, contra expectativa de alta de 0,2%.

Com esse resultado, os mercados globais tiveram um desempenho negativo no último pregão, pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve demorar mais para iniciar o processo de corte em suas taxas de juros.

Dólar

Às 15h, o dólar subia 0,23%, cotado a R$ 4,9720.

Na última sexta-feira (9), a moeda norte-americana caiu 0,68%, cotada a R$ 4,9608.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,15% na semana;
  • ganho de 0,48% no mês;
  • avanço de 2,23% no ano.

Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,84%, aos 126.951 pontos.

Na sexta, o índice encerrou com uma queda de 0,15%, aos 128.026 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,66% na semana;
  • avanço de 0,21% no mês;
  • e queda de 4,59% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Em um dia de agenda fraca no Brasil e sem notícias relevantes na volta do Carnaval, é o cenário de juros norte-americano que permanece no radar dos investidores.

Ontem, a divulgação dos números de inflação assustou os mercados, sobretudo na variação anual dos preços, com alta de 3,1%, contra estimativa de 2,9%. A inflação subjacente, que descarta os preços mais voláteis dos alimentos e da energia e é um dado fundamental para os mercados, se manteve em 3,9% em 12 meses.

Setores como moradia, cuidados pessoais e alimentação aumentaram de preço na medição mensal, enquanto o custo com energia diminuiu. Os dados decepcionaram o mercado, que esperava uma inflação acumulada em 12 meses abaixo de 3% pela primeira vez desde março de 2021, quando a economia começava a sair da crise causada pela Covid-19.

 

"O indicador de inflação ao consumidor americano veio acima do esperado tanto no índice cheio quanto no seu núcleo, no maior dado registrado desde setembro de 2023, e, com isso, vimos esfriar as apostas de cortes nos juros no curto prazo", comenta William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Antes desses números, as expectativas de início de corte de juros pelo Fed ainda se dividiam entre março e maio deste ano, apesar da instituição já ter dito que um corte em março é pouco provável.

Agora, a ferramenta FedWatch do CME, que mede as projeções do mercado, aponta para um novo cenário: parte dos investidores espera que a primeira queda nos juros seja em maio e outra parte já acredita que os cortes só devem começar em junho.

Atualmente, as taxas de juros americanas estão entre 5,25% e 5,50% ao ano e há muita expectativa pelo início das quedas. Juros mais baixos nos Estados Unidos favorecem outros ativos, como o mercado de ações e moedas de países emergentes, caso do real, além de beneficiar o consumo e o crescimento da maior economia do mundo.

Fonte: G1 / Valor Pro
Escrito por: G1