Enquanto a maioria dos países já iniciou a vacinação contra o Coronavírus, alguns inclusive aplicando a segunda dose, no Brasil a situação ainda está indefinida. A quantidade de vacinas necessárias para atender toda a população não foi adquirida, assim como seringas, agulhas, luvas e máscaras. O calendário de vacinação também não está determinado e o Ministério da Saúde apresentou três possíveis datas entre os meses de janeiro e fevereiro.
Esse cenário de dúvida em relação ao controle da pandemia coloca a economia brasileira em risco, uma vez que as ondas de contágio continuam crescendo e Estados e Municípios precisam adotar medidas restritivas que impactam diretamente na atividade econômica.
Além da paralisação de setores considerados não essenciais e da redução de movimento nos demais setores, contribuindo para o aumento da inflação e a alta dos preços, os brasileiros correm risco de boicote em produtos, serviços e até viagens, já que o País está se isolando e ficando para trás na imunização contra a Covid-19.
Países vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai iniciaram a vacinação em massa ainda em 2020.
A imunização da população não deverá acontecer tão cedo. O Credit Suisse (Banco Suíço) estima que o Brasil só terá 70% de sua população imunizada — o que caracterizaria a chamada imunização de rebanho — apenas no quarto trimestre.
O banco considera a vacinação da população com as vacinas AstraZeneca, Coronavac e Pfizer e usa como base para sua estimativa três cenários de disseminação da doença: a manutenção da média atual de casos (35 mil casos por dia); metade da média atual de casos (18 mil casos / dia) e o dobro da média atual de casos (70 mil casos / dia). Em todos eles, o a imunidade de rebanho só é atingida no fim do ano.
Essa demora para distribuição das vacinas exige do Governo Federal um aumento nos gastos fiscais, diminuição na arrecadação de impostos e deixa vulneráveis milhões de brasileiros que tiram das ruas o sustento de suas famílias.